Tradicionalmente, o mercado
de um modo geral tem negligenciado os serviços pós-venda. O que vemos
normalmente é uma grande preocupação com as atividades que antecedem a venda de
um produto ou serviço e com a venda propriamente dita. Hoje, essa visão está
mudando. Ganham destaque os serviços que podem ser oferecidos ao consumidor
depois de efetuada a compra. Mas o conceito e a importância do serviço
pós-venda ainda não foram devidamente internalizados pela maioria das empresas
brasileiras. Ainda está longe o entendimento entre vendedores e compradores,
depois de consumada a venda.
Quem não tem uma história
de decepção com serviços pós-venda para contar? Quem ainda não pronunciou a
frase: “na hora de vender, prometem tudo; depois...” Quantas pessoas já tiveram
dificuldades de realizar uma troca de mercadoria porque era sábado – o único
dia disponível para compras? Ou ganhou um presente e não pode trocar porque não
tinha a nota fiscal – já que presente não se dá com nota? Ou foi mal atendido
na hora de pagar uma prestação do crediário – feito por causa de uma grande
compra com um ótimo vendedor? Ou aborreceu-se com a assistência técnica daquele
aparelho de TV, daquele aparelho de som – ainda na garantia? Ou ainda foi
reclamar do chip que comprou com um novo número para o celular e este não
funcionou como deveria.
Este último caso, o
do chip para o celular, foi um caso recente que aconteceu com uma amiga minha
que comprou o tal chip porque pretendia ter um segundo número que não fosse o
da mesma operadora que ela já possuía para facilitar e até otimizar o contato
com amigos, visto que são freqüentes as promoções do tipo “ligue grátis de
operadora X para operadora X nos finais de semana” ou “ligando da operadora Y
para a operadora Y a noite, você terá um desconto de Z%” ou ainda “na compra de
um novo chip você ganha W% em bônus durante 6 meses”. E assim vai. Comprou o
chip por R$ 15,00 (quinze reais). Barato não? Pois é! Mas, independente do
valor, a minha amiga ao chegar em casa, colocou o novo chip no seu celular e este
não funcionou, para sua surpresa. Naturalmente, pegou o chip e foi até a loja
onde o havia comprado. Ao procurar a pessoa que lhe vendera, esta lhe
encaminhou até o gerente que por sua vez ao invés de procurar a melhor forma de
resolver o problema, demonstrou desconfiança para com a cliente, insinuando que
o chip poderia já ter sido usado por ela e que por isso não apresentava o
crédito que deveria.
Na verdade, precisamos
entender que os serviços constituem um grande diferencial de um negócio. O
consumidor não tem uma clara distinção entre o produto e a empresa. Os serviços
são lembrados e comentados, sejam eles bons ou ruins, e as imagens positivas de
confiança, familiaridade e bons serviços ainda determinam à preferência do
consumidor.
Paulo Sóstenes Moreira Rangel
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