Os brasileiros admitiram ter mais MEDO de negociar.
Os alemães são os mais empolgados e com uma visão mais positiva em relação às negociações.
Os americanos são os mais ansiosos.
Os indianos são os mais confiantes.
Vamos tentar entender o porquê desse medo, já que só assim poderemos mudar esse cenário. Minha conclusão é a seguinte: valores culturais interferem diretamente na forma, nos interesses, nas prioridades e nos métodos que usamos para negociar. E a cultura é um conjunto de costumes, valores, hábitos, crenças e práticas que estão enraizadas e demoram décadas para mudar.
Geert Hofstede, professor holandês, desenvolveu uma teoria sobre a influência cultural nos negócios e chegou a cinco fatores determinantes:
- Distância do poder – Quanto maior a desigualdade social e de poder nas empresas, maior é o receio dos subordinados de desafiarem seus superiores. Em empresas nas quais essa distância é menor, há líderes mais democráticos e colaboradores mais participativos.
- Aversão à incerteza – Algumas culturas preferem segurança e estabilidade. Outras aceitam assumir riscos e lidar com incertezas.
- Individualismo X Coletivismo – No individualismo, as pessoas cuidam de si e dos muito próximos. No coletivismo, a decisão deve beneficiar primeiramente o grupo.
- Masculinidade X Feminilidade – Nas sociedades masculinas, os valores são mais racionais e competitivos. Enquanto a tendência feminina é baseada nas relações de amizade, qualidade de vida, parceria e cooperação.
- Curto prazo X Longo prazo – As negociações e decisões buscam resultados imediatos ou têm foco no futuro.
- Em relação ao poder, as empresas, assim como a sociedade, são altamente hierarquizadas. Apenas esse ponto já explica por que existe o medo de enfrentar uma negociação.
- O povo brasileiro não gosta de incerteza, prefere a estabilidade e a segurança. Mais uma razão para sentir medo, afinal sempre existe o risco de a outra parte se manifestar negativamente e, com isso, fragilizar a relação.
- Os brasileiros são individualistas. O ditado “A união faz a força” não é muito praticado por aqui. Uma negociação em grupo tem mais força, causa menos receio e tem mais chances de gerar um resultado positivo.
- Aqui temos uma clara ambivalência, apesar de o País ainda ter uma sociedade com tendência masculina, os brasileiros são considerados mais emocionais que racionais, com características mais femininas. Isso faz que prefiram construir laços de confiança e até amizade com a outra parte, para depois se sentirem confortáveis em realizar negócios.
- Certamente o pensamento brasileiro é de curto prazo, precisa ser bom aqui e agora. Aqui o ditado “O futuro a Deus pertence” vale muito.
Boa sorte e bons negócios!
Por Silvia Campos
Fonte: http://www.vendamais.com.br/
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