É preciso acompanhar a velocidade da inovação tecnológica

A internet potencializa o desejo dos consumidores de se expressarem e muda sua relação com as marcas

Em um passado não muito distante, o aparelho de fax foi considerado o futuro da comunicação. No entanto, mal chegou ao presente, virou passado. Por certo, muitos dos que estão abaixo dos 20 anos não sabem sequer do que se trata. Da mesma maneira, o e-mail, para os que têm menos de 16 anos, já é obsoleto. Esses são apenas alguns dos exemplos citados por Alexandre Hohagen, presidente do Facebook na América Latina, durante sua apresentação no HSM ExpoManagement 2012, para ilustrar a velocidade da inovação na era tecnológica.

Acompanhar esse ritmo é o grande desafio das empresas atualmente. “Na definição da estratégia de marketing, é preciso responder a apenas duas perguntas: por que o que faço é importante? Por que o consumidor desejará compartilhar em sua rede social?”.

Segundo o executivo, não há mais tempo para o romantismo das histórias criadas no passado para expor a marca com grandes produções. Hoje, as histórias têm que focar o relevante, fazer sentido para o consumidor e, principalmente, motivá-lo a se engajar e interagir com a empresa, por meio das suas experiências. Consequentemente, essa troca de informações contribui para a melhoria contínua dos produtos, serviços e para fortalecer a imagem das organizações.

Nesse contexto, Hohagen exibiu ao público do auditório principal da HSM ExpoManagement 2012 a campanha global “Obrigado, mãe”, da Procter & Gamble (P&G), divulgada em várias mídias. Nela, a empresa uniu as histórias de atletas olímpicos e das mulheres que os criaram. Além disso, foi desenvolvido um aplicativo no Facebook que estimulava os internautas a contarem as experiências vividas com suas mães.

O objetivo da P&G era criar uma percepção de qualidade sobre a marca. Foi o maior esforço de marketing global realizado nos 175 anos da empresa. Considerando apenas a internet, o vídeo ultrapassou a marca dos cinco milhões de views. O resultado atesta o que o palestrante anunciou: “A Internet será feita de histórias. Boas e relevantes histórias que serão compartilhadas”.

As necessidades não mudaram
Para o executivo do Facebook, as quatro grandes necessidades do ser humano são as mesmas do passado. A tecnologia apenas alterou a forma de supri-las.

1. Informação: antes, para fazer um trabalho escolar, por exemplo, o aluno precisava ir até a biblioteca, pesquisar em livros. Hoje, tudo está na palma da mão, a poucos cliques.
2. Entretenimento: em um tempo não muito distante, passar o sábado em uma loja de discos, buscando novidades, era um programa cobiçado. E eram poucos os lugares que dispunham de grande acervo. Acabaram-se os discos de vinil e CDs são artigos raros. Tudo está na Internet.
3. Comunicação: como registrado, o e-mail está obsoleto. Os jovens não respondem mais. São posts em redes sociais, em tempo real.
4. Relacionamentos sociais: cada vez mais acontecem por meio da internet, que ganhou uma identidade e permite às pessoas compartilharem, o que, até pouco tempo, não era possível. Cada vez mais a sociedade está conectada.

Mais do que conectadas, as pessoas, por meio da internet, exercem seus direitos com mais intensidade, sem receio. Hohagen batizou essa característica de “tecnodesinibição”. Ele reforçou: “A tecnologia potencializou o desejo de o ser humano se expressar e ter voz ativa, e oferece meios para isso”. É nesse cenário que as empresas precisam atuar com agilidade, focando os desejos dos consumidores, que mudam constantemente, e interagindo com eles.

Portal HSM
05/11/2012
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