quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A pedra da felicidade


Nos tempos das fadas e bruxas, um moço achou em seu caminho uma pedra
que emitia um brilho diferente de todas as que ele já conhecera. Impressionado, decidiu levá-la para casa.
 

Era uma pedra do tamanho de um limão e pertencia a uma fada, que a
perdera por aqueles caminhos, em seu passeio matinal. Era a Pedra da
Felicidade. Possuía o poder de transformar desejos em realidade.
 

A fada, ao se dar conta de que havia perdido a pedra, consultou sua
fonte de adivinhação e viu o que havia ocorrido. Avaliou o poder mágico
da pedra e, como a pessoa que a havia encontrado era um jovem de família
pobre e sofredora, concluiu que a pedra poderia ficar em seu poder,
despreocupando-se quanto à sua recuperação. Decidiu ajudá-lo.


Apareceu ao moço em sonho e disse-lhe que a pedra tinha poderes para
atender a três pedidos: um bem material, uma alegria e uma caridade. Mas
que esses benefícios somente poderiam ser utilizados em favor de outras
pessoas. Para atingir o intento, cabia-lhe pensar no pedido e apertar a
pedra entre as mãos.
 

O moço acordou desapontado. Não gostou de saber que os poderes da
pedra somente poderiam ser revertidos em proveito dos outros. Queria que
fossem para ele. Tentou pedir alguma coisa para si, apertando a pedra
entre as mãos, sem êxito. Assim, resolveu guardá-la, sem muito interesse
em seu uso.
 

Os anos se passaram e este moço tornou-se bem velhinho. Certo dia,
rememorando seu passado concluiu que havia levado uma vida infeliz, com
muitas dificuldades, privações e dissabores. Tivera poucos amigos, porém,
reconhecia ter sido muito egoísta. Jamais quisera o bem para os outros.
Antes, desejava que todos sofressem tanto quanto ele.


Reviu a pedra que guardara consigo durante quase toda sua existência;
lembrou-se do sonho e dos prováveis poderes da pedra. Decidiu usá-la,
mesmo sendo em proveito dos outros.
 

Assim, realizou o desejo de uma jovem, disponibilizando-lhe um bem
material. Proporcionou uma grande alegria a uma mãe revelando o paradeiro
de uma filha há anos desaparecida e, por último, diante de um doente,
condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura.
 

Ao realizar o terceiro benefício, aconteceu o inesperado: a pedra
transformou-se numa nuvem de fumaça e, em meio a esta nuvem, a fada -
vista no sonho que tivera logo ao achar a pedra - surgiu, dizendo:

- Usaste a Pedra da Felicidade. O que me pedires, para ti, eu farei.
Antes, devias fazer o bem aos outros, para mereceres o atendimento de teu
desejo. Porque demoraste tanto em usá-la?
 

O homem ficou muito triste ao entender o que se passara. Tivera em
suas mãos, desde sua juventude, a oportunidade de construir uma vida
plena de felicidade, mas, fechado em seu desamor, jamais pensara que
fazendo o bem aos outros colheria o bem para si mesmo.
 

Lamentando o seu passado de dor e seu erro em desprezar os outros,
pediu comovido e arrependido:

Dá-me, tão somente, a felicidade de esquecer o meu passado egoísta.
 

(Anônimo)

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A história acima vem tão somente ilustrar o que todos nós já sabemos: à medida que fazemos o bem a outras pessoas, estamos fazendo a nós mesmos. Nada é mais gratificante ao ser humano sensato do que ajudar a quem está necessitado. A solidariedade é como uma fonte a jorrar do nosso coração: quanto mais se tira para dividir com os outros, mais forte ela vai jorrar. Sejamos cada vez mais solidários e menos avarentos. O primeiro nos faz “viver”, o segundo nos faz “morrer”.
 

"O que mais contribui para nos fazer feliz, é contribuirmos para a felicidade dos outros." (Anônimo)

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