sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Crédito tem menor juro histórico

Mais uma vez a taxa média de juros nos empréstimos para as famílias atingiu seu menor nível histórico. Segundo o boletim de operações de crédito do BC (Banco Central), publicado ontem, o custo do dinheiro caiu de 36,5% ao ano em junho para 36,2% em julho.
 
Em resumo, as novas operações de crédito, na média, ficaram mais baratas em julho. Mas isso não significa que todas terão este custo, tendo em vista que a modalidade que mais influencia o índice para baixo é o financiamento de veículo, cuja taxa subiu em julho de 20,7% ao ano para 21%.
 
Por outro lado, o cheque especial, modalidade de fácil acesso e uma das mais caras do mercado e que sempre puxa para cima a média, foi a responsável pela maior influência redutiva na taxa média de juros aos consumidores. Houve redução de 167,1% ao ano, em julho, para 151% em julho, queda de 16 pontos percentuais.
 
Este foi o maior decréscimo no custo do cheque especial desde maio de 1999, quando o percentual caiu de 193,6% ao ano para 173,2%, 20 pontos percentuais a menos. Porém, o preço da modalidade não foi tão longe e atingiu o mais baixo índice desde março de 2008, quando o registro era de 149%.
 
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para aquisição de bens que não sejam veículos também caiu um degrau de 1,9 ponto percentual, chegando a 58,6% ao ano.
 
Por outro lado, o crédito pessoal seguiu o caminho oposto e apresentou aumento mensal de 0,3 ponto percentual na taxa média de juros e encerrou julho em 39,9% ao ano.
 
CONSIGNADO - A taxa média do custo do crédito consignado ficou estável na comparação entre junho e julho, com 24,6% ao ano. Portanto continua como uma das operações mais baratas para as pessoas físicas. Simulando empréstimo de R$ 3.000, ao fim de 12 meses a dívida seria de R$ 3.738. Considerando a taxa do crédito pessoal para a mesma situação, de 39,9% ao ano, o consumidor pagaria R$ 4.197. No caso do CDC, com 58,6% de juros ao ano, o valor saltaria para R$ 4.758.
 
O consignado é uma modalidade mais barata porque apresenta menores chances de risco de inadimplência aos bancos, um dos critérios utilizados para precificar os empréstimos.
 
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento dos trabalhadores, aposentados e pensionistas, portanto é a primeira dívida liquidada, automaticamente, a cada mês.
 
Todas as taxas apresentadas são de operações pré-fixadas com recursos livres, ou seja, que não estão vinculadas a programas governamentais e a formação dos juros é de responsabilidade de cada banco.
 
EMPRESAS - Os juros para as empresas também caíram, mas não chegaram a patamar tão expressivo quanto ao recorte para os consumidores, e atingiram, com 23,6% ao ano, o menor nível desde dezembro de 2007.
 
A maior influência para esse decréscimo ocorreu pela redução da taxa média nas operações de vendor, que passaram de 15,3% ao mês para 13,6%.
 
Essa modalidade ocorre quando uma empresa tem uma nota promissória de outra companhia, vende este título a uma instituição financeira, que por sua vez cobrará a firma que devia.
 
Inadimplência das famílias muda rumo e sobe
A inadimplência das famílias nas operações de crédito voltou a aumentar em julho, conforme o boletim de operações de crédito publicado ontem pelo BC (Banco Central). Depois de cair de 7,9%, em maio, para 7,8%, em junho, julho apresentou percentual de 7,9% novamente. Com isso, o País volta a ter o maior nível de atrasos acima de 90 dias nos empréstimos desde novembro de 2009.
Porém, uma das bases para a formação da inadimplência, as contas vencidas de 15 a 90 dias, apresentaram estabilidade em julho sobre junho, com 6,4%.
 
Por outro lado, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) por meio da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) mostrou que no começo deste mês, 60% das famílias brasileiras tinham algum tipo de dívida e esse grupo ficou maior pelo terceiro mês consecutivo.
 
Em julho, conforme a Peic, 6,9% das famílias que estavam endividadas afirmavam que não teriam condições de liquidar as contas nos próximos meses, mais um sinal que antecipou a inadimplência.
 
MODALIDADES - O cheque especial apresentou alta na inadimplência no sétimo mês deste ano de 0,2 ponto percentual, passando a 11,8%. O crédito pessoal registrou 5,8% de atrasos, alta de 0,1 ponto percentual. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para aquisição de veículos teve estabilidade, com 6%, e o CDC para a compra de outros bens subiu 0,1 ponto percentual, atingindo 14,2%.
 
Consignado sai na frente na corrida das concessões
Os consumidores emprestaram, em julho, R$ 81,1 bilhões das instituições financeiras, alta de 10,6% em comparação com o mesmo período do ano passado e 1,4% sobre junho. Na relação mensal, o montante das novas operações de cheques especiais e CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para bens subiram e o volume de dinheiro emprestado para financiamentos de veículos e crédito pessoal caiu.
No consignado, as concessões do mês passado tiveram redução de 5,8% na comparação mensal e subiram 24% na anual. O montante contratado atingiu R$ 8,11 bilhões.
 
Cerca de 33% do volume concedido no mês foi direcionado a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Esses segurados da Previdência emprestaram R$ 2,7 bilhões em julho, alta de 25,6% em relação ao sétimo mês do ano passado.
 

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