Para ajudar o leitor a evitar enfrentar problemas sérios como o de
muitos brasileiros, o iG ouviu especialistas, que deram
conselhos sobre o que não fazer na hora de renegociar uma dívida. Em primeiro
lugar, todos são unânimes ao alertar sobre juros e pagamentos parcelados de
cartão de crédito.
“O brasileiro não avalia o custo dos juros quando faz uma compra”, diz
Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. “As taxas do
cartão de crédito, por exemplo, são exorbitantes.” Outra prática nociva é o
pagamento da fatura mínima do cartão. “Esse mecanismo foi criado para situações
de emergência, não para ser usado todo mês.”
“O principal de tudo é não rolar juros”, diz o advogado Fabio Martins Di
Jorge, do escritório Peixoto e Cury. Segundo ele, entrar numa disputa com um
banco para discutir juros de uma dívida, é entrar numa causa perdida para o
cliente.
Apesar disso, feita a dívida, não resta outra solução que não tentar
renegociá-la, antes de cair na disputa judicial. “Mesmo que a pessoa tenha os
meios para defender os bens, vai precisar de um advogado, e isso custa caro”,
diz Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon-SP.
O advogado Fábio ainda faz um alerta. “Renegociar uma dívida com um
banco só vale se a instituição financeira sabe que o devedor não tem garantias.
Se há um imóvel em jogo, os credores vão para cima.” Segundo a especialista do
Procon, o consumidor deve procurar o credor para tentar renegociar a dívida.
Quando o fizer, precisa se informar com detalhes sobre o valor do débito,
pedindo planilhas e o contrato inicial que gerou o débito.
“Evite recorrer a empresas que dizem limpar o nome do consumidor. Por
trás delas, pode haver agiotas”, lembra Almeida, da Serasa. Outra recomendação
dos especialistas é não deixar a dívida caducar, sobretudo para quem tem bens
em jogo. “Não se esqueça nunca da dívida. Não finja que ela não existe”, diz
Almeida.
“A pessoa que deixa uma dívida vencer morre para o mundo do crédito, sua
linha de cheque especial é cancelada. É uma situação extremamente arriscada”,
continua Renata. Além disso, a pessoa corre o risco de a empresa credora entrar
com um recurso judicial no último minuto. O advogado Fabio diz que, em último
caso, o devedor pode pedir sua insolvência civil, que nada mais é do que a
falência da pessoa física. “O problema é que, nesse caso, o credor controlará
sua vida.”
Fonte: http://economia.ig.com.br/financas/meubolso/saiba-o-que-fazer-na-hora-de-renegociar-uma-divida/n1597651504183.html
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